Varais de Lembranças




Pendurei minhas lembranças no varal

Resolvi que delas nada mais posso tirar
Delas ninguém, sequer, saberá
Se as retiro, sem querer, ainda úmidas
Em nenhum armário posso guardar

Por isto, deixo o sol encandecente
A envolver em seus longos braços
Secando todas as mágoas e mazelas
Como folhas secas em estilhaços

Frescas e muito mais leves
Se tornam as lembranças
Que ao sol, adormecidas, secaram
Onde os ventos se debruçaram
Perfumando sua pele já enrugada

Seu destino, então, já previsto
Se põe em passos largos
Ir de encontro, procurando um lugar
Onde possam, enfim, descansar
Junto a outros sentimentos guardados.

Ilusões


Quisera eu ter menos ilusões,
Mas elas,
Incessantemente,
Me abraçam...
A criança que existe em mim
Está fadada
A jamais crescer.

Infinito



Ao amigo, grande poeta, grande pessoa



E da Tua poesia veio o silêncio...
E das tuas mãos nasceu o espaço em branco...
Da tua afetiva presença surgiu o imenso vazio...

Vida livre na Era de aquário
Assim te vejo, Coração intenso
Há braços* a te esperar...
Grandes pessoas não cabem neste mundo
Precisam sempre ir além...
Infinito


*"Há braços" , uma expressão do querido amigo, ao se despedir...
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